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Arquiteto(a): Aline Cobra

São Paulo | SP

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Optar pelo lugar onde teria o seu primeiro apartamento não foi tarefa difícil para um jovem empreendedor paulistano. Dono de um pequeno negócio na zona oeste, o rapaz não pensou duas vezes para eleger a região onde trabalha e onde, até então, sempre havia vivido com os pais: Pinheiros. Se a escolha porém não impôs maiores dificuldades ao futuro morador, o mesmo não se aplicou ao trabalho de reestruturação e reforma do imóvel, situado em uma tranquila rua do bairro. Uma dose extra de paciência foi necessária para que ele controlasse a ansiedade de finalmente ver concluído o apartamento de seus sonhos. “A planta era bem diferente. Demolimos a parede de alvenaria que dividia a sala do quarto, ligamos a varanda com o living, fechamos a porta de acesso à cozinha e integramos cozinha e lavanderia”, explica a arquiteta Daniele Okuhara, da Doob Arquitetura, responsável pelo projeto. “Só depois de ajustados o layout e a distribuição dos ambientes foi que eu comecei a atender as demandas que vinham diretamente do cliente”, lembra. A primeira delas, a paleta de cores, apontava para uma abordagem sóbria, com predomínio de tons de cinza. Não que pontos de cor devessem ser eliminados, mas deviam se concentrar apenas em alguns móveis. Segundo a arquiteta, uma vez definida essa base, a marcenaria surgiu como grande trunfo, não só criando soluções interessantes, mas também colaborando para ampliar a sensação de calma e acolhimento que o cliente tanto desejava. O que fica particularmente evidente na grande estante, de quatro metros, que separa o living do quarto. Criada como alternativa à parede de alvenaria demolida, ela oferece múltiplas funções: no dormitório, é painel de TV e armário. No living, dá suporte à televisão, é rack, tem nichos e também uma porta que dá acesso ao quarto. “A sala ganhou 15 cm por conta da construção do móvel, o que ajudou muito, já que o ambiente é muito estreito”, pontua Daniele. Na varanda, dois elementos desafiaram a criatividade da arquiteta: o pilar, elemento arquitetônico do edifício; e a condensadora de ar. Para o equipamento, Daniele criou uma caixa de madeira que além de escondê-lo se transforma em um bar volante, que pode ser usado como apoio da churrasqueira. Já a pilastra, teve sua base envolvida por um tablado de madeira recoberto com acolchoado, aumentando assim o número de assentos disponíveis para receber os amigos. Integrada ao living, mas não à suíte, a sacada ainda teve suas esquadrias substituídas. No dormitório, a iluminação ganhou destaque por meio de uma fita de luz de LED que criou um efeito ornamental, além de oferecer iluminação indireta. No banheiro e no lavabo, as pastilhas usadas como revestimento permaneceram. “Deu um certo trabalho mas as interferências que fizemos na planta foram essenciais para deixar os ambientes do jeito que o morador queria. E ele merece”, finaliza.
Quando não está em diferentes países, que visita bastante a trabalho, o economista e executivo Alberto Weisser encontra abrigo nesse apê localizado no Brooklin, em São Paulo. Originalmente, o imóvel tinha 50 m² mais um quintal. “Uma amiga sugeriu que eu deslocasse a sala e a cozinha para o exterior, e foi o começo de tudo”, conta o proprietário. Hoje, Alberto dispõe de 88 m², plenamente usados por ele e pelos filhos, Pedro, 9 anos, e André, 7, que o visitam com frequência. A arquiteta Vanessa Féres assina o projeto. “Para englobar a área externa, projetei uma cobertura de vidro laminado com estrutura de alumínio e panos de vidro no lugar de paredes”, explica ela, que ainda previu um corredor fora para a criação de um jardim. O living tem sofá de linhas retas, de frente para a TV, uma poltrona de Jader Almeida e uma mesa de centro com design escandinavo. Ao fundo, fica uma bancada para refeições, com cadeiras e banquetas, seguida de outra com cooktop e, embaixo, forno e micro-ondas. Há ainda frigobar, um pequeno freezer e até uma lava e seca. “Quis que os eletrodomésticos ficassem à mostra o mínimo possível”, lembra Alberto. “Com isso e elementos horizontalizados, criamos certa sensação de amplitude”, comenta a arquiteta. Ela empregou cimento queimado, fácil de manter, no piso de todo o apê e pintou as paredes de cinza. A partir da entrada, à frente, há um lavabo e, à direita, um caminho que leva ao quarto, cujacama foi desenhada por Vanessa: para acomodar os garotos, ela embutiu duas camas de solteiro na parte de baixo do móvel. “É bacana porque ficamos todos juntos”, alegra-se o pai. Outro truque da arquiteta foi criar uma estrutura de freijó com armários e uma porta que leva ao closet e ao banheiro. Antigo morador de uma casa de 450 m², Alberto garante não se sentir “claustrofóbico” no novo lar. “Queria espaços práticos, com boa iluminação e automatizados, além de ter um pouco de verde”, resume ele. Assim se fez.